Jauára Ichê. Nós e Entremeios da Cultura Antropofágica
Oficina Grande Otelo/Cleide Riva Campelo, 26/2/2014
Oficina n.6: Passado e Futuro, Os Mitos do Tempo. Filme: A Fonte da Donzela, Ingmar Bergman
O que é o Tempo? Tantas possibilidades… Começamos pensando aquilo que nos ensinaram na escola, os períodos de nossa história no planeta: a Pré-História, a Idade Antiga, a Idade Média, a Idade Moderna, a Idade Contemporânea. Tudo arrumado em gavetinhas e amarrado pelo ponto de vista de quem amarrou. Na verdade, muito mais a história européia ocidental, que nos deixa, aos nativos da América, da África e da Ásia, muito de escanteio.
Resolvemos contar a nossa história, de outro jeito.
No início (numa das piscadelas de Shiva, talvez?), do Universo, a Terra é cuspida: BigBang!
E desde então vem surgindo a história da história da nossa vida, em múltiplos bordados: os gregos, bordando Fogo, Água, Terra e a quintessência, a pretendida perfeição cósmica, que Galileu estragou; os chineses, bordando Madeira, Fogo, Terra, Metal, Água, ligando muitos pontos entre o Céu e a Terra, casulos de seda; da Índia, veio o trinado rebordado de Vento, Fogo e Terra; da ciência europeia, vieram os estados físicos Terra, Água, Ar, Fogo; dos gregos, ainda, vieram os humores hipocráticos: sangue (ar), fleugma (água), bílis amarela (fogo), bílis negra (terra); da cosmologia africana, vieram as dezenas de Orixás, desdobrados em camadas complexas do Tempo, sempre a serem desdobradas em fragmentos fractais; de nossos ancestrais indígenas, veio o Tempo mítico de tudo o que é circular, espiral, roda, círculo, ciranda: caminhos da vida correndo para o mar.
Para ilustrar, chamamos o mágico ilusionista Ingrid Bergman, que juntou todos os pontos numa grande mandala de luz e sombra.
Para escapar do labirinto, saímos respirando e andando pelas escadarias da Oficina G.O., soltando nossos sussurros. Depois nos vestimos das linhas dos bordados chineses e voamos nossos voos macunaímicos.
Era uma vez, o Tempo.
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